Semana de 4 dias: quais as percepções nas empresas que participaram de pesquisa após 1 ano na redução de jornada

17 de abril de 2025
Contábeis

Um ano após a implementação da semana de trabalho de quatro dias, empresas brasileiras que participaram do experimento da 4 Day Week Brazil relataram aumento no engajamento dos funcionários, melhora nos indicadores de saúde e crescimento de faturamento. A experiência envolveu 19 companhias de pequeno porte, localizadas em quatro estados, que testaram a redução da jornada semanal mantendo salários e produtividade.

 

Redução de jornada e aumento de engajamento

O experimento da semana de quatro dias de trabalho no Brasil foi promovido pela organização sem fins lucrativos 4 Day Week Brazil, em parceria com a 4 Day Week Global, responsável por experiências semelhantes em diversos países. A iniciativa propôs a diminuição da jornada sem redução salarial e sem perda de produtividade.

Iniciado em janeiro de 2024, o projeto envolveu uma fase preparatória de três meses e foi aplicado por 19 empresas de pequeno porte, com até 25 colaboradores cada. Os participantes atuam majoritariamente nos setores de tecnologia, comunicação e consultoria, com destaque para a inclusão de um hospital com equipe administrativa.

 

De acordo com o relatório final divulgado em abril de 2025, o engajamento dos funcionários aumentou 60% após um ano. Além disso, houve crescimento de 85,4% na colaboração entre equipes e uma melhora de 61,5% na execução de projetos, com 44% mais capacidade de cumprimento de prazos.

 

Jornada caiu de 43 para 35 horas semanais

No início do experimento, os colaboradores cumpriam, em média, 43 horas semanais. Após 12 meses, a carga horária foi reduzida para aproximadamente 35 horas, ainda distante da meta de 32 horas semanais estabelecida inicialmente. O relatório reforça que o processo de transição para jornadas mais curtas exige adaptações estruturais, revisão de processos e comprometimento da liderança.

“É importante que todos, principalmente a liderança, se organizem o suficiente para garantir um bom fluxo de trabalho e não prejudicar a folga do restante da equipe”, afirmou um participante do estudo.

 

Estratégias adotadas para manter a produtividade

 

Para viabilizar a semana de quatro dias, as empresas adotaram novas estratégias de gestão e organização do trabalho. Entre os principais ajustes relatados pelos participantes estão:

  • Prioridade nas tarefas essenciais: 97,2% dos participantes;
  • Comunicação mais eficiente com líderes: 76%;
  • Aprimoramento nas práticas de desempenho: 81,5%;
  • Planejamento diário incorporado à rotina: 67,5%;
  • Maior uso de tecnologias e automações: 52,3%;
  • Redução do tempo em reuniões: quase 40%.

A implementação dessas práticas foi considerada essencial para manter a produtividade e garantir que o dia de folga não comprometesse os resultados da equipe.

 

Impacto na saúde física e emocional

A redução da carga horária também teve efeitos significativos na saúde dos colaboradores. Houve um aumento de 43,6% na prática de atividade física mais de três vezes por semana. O tempo médio de sono subiu de 6,7 para 7 horas por noite.

Outros indicadores de bem-estar também melhoraram. O desgaste emocional caiu 58,2% e a exaustão matinal relacionada ao trabalho foi reduzida em 59,8%. Quase 80% dos entrevistados disseram estar mais bem-humorados no dia a dia.

Essas mudanças refletem diretamente na disposição para retornar ao antigo modelo: 43% dos funcionários afirmaram que só aceitariam voltar à semana de cinco dias mediante aumento salarial de 50% ou mais.

 

Crescimento no faturamento das empresas

Além dos benefícios para os trabalhadores, os empregadores também relataram ganhos. Mais de 70% das empresas participantes afirmaram ter registrado aumento no faturamento no período de um ano.

Esse resultado demonstra que a redução da jornada pode ser compatível com crescimento financeiro, desde que acompanhada de estratégias bem definidas e engajamento organizacional.

 

Desafios para a continuidade do modelo

Apesar dos resultados positivos, as empresas destacaram desafios para manter o novo modelo no longo prazo. Períodos de alta demanda, reestruturações internas ou ausência de planejamento adequado podem comprometer a eficácia da jornada reduzida.

Segundo o relatório, as empresas que enfrentaram mais dificuldades foram aquelas que não contavam com uma liderança alinhada ou onde faltavam ferramentas de organização e confiança entre os membros da equipe.

Para garantir a sustentabilidade do modelo, a recomendação da 4 Day Week Brazil é que haja um esforço contínuo em gestão de tempo, uso de tecnologia e foco em resultados, além de uma cultura corporativa que valorize o bem-estar dos colaboradores.

 

Mudanças exigem cultura organizacional madura

A experiência brasileira com a semana de quatro dias mostra que a redução da jornada é viável e pode gerar benefícios tanto para os profissionais quanto para as empresas. No entanto, sua adoção requer mais do que simples alteração de horários: é necessário repensar processos, treinar lideranças, investir em tecnologia e construir uma cultura organizacional orientada à produtividade e ao equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

 

Para empresas interessadas em adotar o modelo, a recomendação é começar por um planejamento detalhado, com metas claras, comunicação eficaz e acompanhamento contínuo dos indicadores de desempenho e bem-estar.

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